Novembro 2019

Este artigo não é dirigido a espaços corporativos, onde a luz instalada faz parte de um projeto de iluminação e onde a identidade da empresa se baseia também no ambiente de trabalho recriado. este artigo é dirigido a quem é dono e senhor do seu posto de trabalho e pode ver nele refletida a sua individualidade. Também não vou tratar este assunto do ponto de vista da HST (Higiene e Segurança no Trabalho) com normas e regras generalizadas, mas de forma mais pessoal e humanizada, não desvalorizando todos os estudos feitos e leis do trabalho que se impõem. Ainda assim, não posso deixar de concordar com aqueles que defendem que a regulação da iluminação instituída nas empresas está, de certa forma, desatualizada. A regulação da iluminação surgiu para  resolver o problema dos espaços sub iluminados, mas o que nós vemos agora é que muitos escritórios e ambientes de trabalho vivem uma poluição luminosa e a luz tem sido correntemente utilizada apenas para cumprir tarefas básicas, promover a segurança e o conforto visual, bem como a performance. Ora, as lâmpadas podem fazer por nós muito mais do que apenas providenciar iluminação. Felizmente, surge uma nova tendência nas empresas: a de valorizar, já não uma luz homogénea, igual em todo o espaço mas, antes, vários e diferenciados ambientes e atmosferas (porque a forma de trabalhar hoje é, também ela, outra). Hoje, as pessoas trabalham mais em equipa, não só sentadas à secretária mas no tablet, no telemóvel, em sofás e mesas de refeição. Hoje, percebe-se que sem pessoas motivadas, alegres e mentalmente sãs não há pessoas produtivas e se as pessoas estão felizes e confortáveis no seu ambiente, coisas boas acontecem. Mas vamos, então, ao que me trouxe até aqui. Como tratar a iluminação no nosso espaço de trabalho particular? A iluminação pode fazer mais por um ambiente do que qualquer decoração! LUZ NATURAL Se possįvel, coloque a sua mesa de forma a proveitar o máximo da luz solar. Nada como a luz natural para nos energizar. Ainda assim, os computadores jamais deverão ficar de frente ou de costas para a janela, pois essas condições geram escurecimento e reflexos...

Por onde começar quando queremos renovar o nosso espaço de trabalho e torná-lo mais aprazível, tranquilo e, ao mesmo tempo, inspirador e produtivo? Neste artigo não me vou referir a grandes espaços nem a grandes obras de fundo, antes a uma pequena e rápida ação que podemos executar já, antes de começar a trabalhar, e que irá melhorar muito a nossa relação com a mesa de trabalho. Vamos a isso? A mudança começa hoje! Mesas repletas de objetos, documentos, pastas e dossiers dão a ideia, falsa, de grande produtividade. Ninguém se sente bem ao sentar-se na sua mesa de trabalho e ter de começar a lidar de imediato com as pendências que ficaram do dia anterior, por cima de uma pilha de papelada que se tem vindo a acumular com o tempo e que nos recorda que há outras pendências, ainda mais antigas, que não estão resolvidas. Ao pegar ao trabalho, eis o que devemos encontrar, apenas, em cima da secretária: espaço livre, luz e organização. Dito assim parece vago, mas mais vago seria impôr uma imagem irreal com objetos que nada poderão ter a ver com o vosso espírito ou com o trabalho que executam. Computador quase todos nós temos na mesa de trabalho, mas na minha existe ainda um scanner e uma mesa digitalizadora que utilizo o dia todo. A minha agenda e caderno de notas e rabiscos tem, também, o seu lugar aqui. São objetos essenciais para mim, serão para muitos, mas não para todos. Há quem sinta necessidade de ver na secretária uma alusão à família, um retrato dos filhos, eu não especialmente. Por isso, sugiro que, conscientes do nosso trabalho e das nossas necessidades, olhemos, então, para a secretária onde nos sentamos diariamente e façamos uma lista (pode ser mental) daquilo que necessitamos – e apenas isso, necessitamos – de ver assim que nos sentamos para começar a trabalhar. Esta é a minha lista: - computador - scanner - mesa digitalizadora - agenda - contas para pagar hoje - planta - humidificador (difusor de óleos essenciais) Tudo o resto, guardo no módulo de gavetas por baixo da secretária e na estante atrás de mim. Feita, então, esta...

Bom dia e boa semana, que agora começa! Pelos comentários que recebemos parece que o último  artigo acerca dos espaços de trabalho agradou e terei mesmo que desenvolver a temática. Fica já aqui a promessa de que o farei. Aliás, já comecei a minha pesquisa. Entretanto, queria muito falar-vos de uma designer de interiores que tem uma forma de abordar os espaços que habitamos e que acho especialmente interessante. Descobri-a num dos episódios da série Abstract da Netflix, a designer de interiores britânica Ilse Crawford, fundadora do Estúdio Ilse. Ilse considera que antes de atentarmos à imagem dos espaços, devemos entender as necessidades na sua utilização, priorizando as pessoas e a experiência humana no início do processo do design. Das cores utilizadas à escolha do mobiliário, tudo tem impacto na forma como nos sentimos e comportamos. O que nos rodeia, afeta-nos. No seu estúdio, todos os espaços criados têm em conta as sensações humanas, os nossos cinco sentidos, potenciados na escolha dos materiais, nas texturas, na iluminação, nos objetos e na organização do espaço, acima das questões do gosto. Os estilos passam de moda, a nossa relação com o espaço, as sensações que nos transmite, o conforto, ficam para sempre. A sua casa em Londres. Fonte: Pinterest. No estúdio. Fonte: Pinterest. Analisando as suas obras facilmente percebemos que são espaços com alma, que acordam os nossos sentidos, muitas vezes adormecidos. Em espaços repletos de ares condicionados, escritórios uniformemente iluminados, grandes lojas e centros comerciais, desligamo-nos dos nossos corpos, divorciamo-nos do nosso eu natural. Por isso, naquilo que pudermos controlar na nossa casa, no nosso espaço de trabalho, de forma a reconectarmo-nos connosco, devemos fazê-lo. Como? Ilse tem várias respostas para esta questão. Desenvolverei o tema ao longo desta semana. Vão gostar! Beijos e abraços! Carlota...

Descobri por experiência própria que renovar um espaço e uma imagem, pode ser tudo o que precisamos para renovar a forma como nos vemos a nós próprios e como nos inserimos nesse espaço. Como assim? Passo a explicar: Ter mudado de instalações (por muito que me custe estar mais longe de casa), ter renovado a imagem do Nósnalinha e ter investido numa nova área de negócio foi a lufada que estávamos a precisar para voltar a sentir borboletas na barriga quando vamos trabalhar. Conhecem a sensação das borboletas na barriga quando estamos apaixonados, certo? Pois, isso. É claro que temos dado tudo, trabalhado muuuuuito! A dedicação tem sido TODA. É verdade que temos investido muito na empresa, em todos os sentidos. E tem havido por aqui tripas feitas coração e sangue, suor e lágrimas. Mas, com isso, vem também o reconhecimento, a satisfação, os sorrisos. E é claro que há dias maus e há dias bons...

Acho que gosto mais de casas usadas do que de casas novas. Gosto de casas remodeladas. Gosto mais de casas decoradas com história do que só com objetos comprados especificamente para encaixar nos novos espaços. A nossa casa não é nova e tem muitos defeitos. Há defeitos que nos incomodam e, esses, temos vindo a corrigir, aos poucos, sem pressas. E depois há aqueles que fazem parte desta casa, que denunciam que há e sempre houve vida aqui e que, por incrível que pareça, acho mesmo que fazem parte do seu charme. Na decoração passa-se o mesmo: a maioria dos objetos que decoram as prateleiras e paredes da nossa casa, são objetos que contam histórias, que têm uma vida, que já pertenceram a alguém, ou que nos foram oferecidos por alguém, ou feitos por alguém que tem um nome. Hoje reparei que temos muito poucas peças decorativas modernas ou compradas por nós. Temos alguns, bastantes, objetos antigos, mas nem por isso a nossa casa tem um ar pesado ou bafiento. Só nesta estante, ao lado do sofá, temos diversos objetos de épocas passadas, misturados com outros mais recentes...

Dá-me ideia que cada vez temos menos pachorra para ler, estarei certa? “Não há tempo, não há tempo!”, qual Coelho da Alice no País das Maravilhas. Queremos tudo em frases curtas, via Instagram, Facebook ou Twitter. E quando a imagem vem acompanhada de uma legenda com mais de uma dezena de palavras, passamos à frente. Vivemos neste frenesim, sem consciência e só pode ser porque gostamos. Tenho pensado quantas pessoas gostarão ou terão ainda paciência para ler blogs. Se por esta altura ainda está aqui, os meus parabéns e o mais profundo agradecimento. Escrever para um blog é extremamente trabalhoso e requer muito tempo, mas é com grande prazer - e só assim seria viável - que o faço. Ultimamente, não com muita frequência e dou comigo a pensar: “mas será que alguém sente falta?” Não sei. O que sei é que eu sinto falta. Gosto de vir aqui e partilhar o melhor de nós. Inspira-me pensar que podemos ajudar ou inspirar alguém. E gostamos quando recebemos comentários ou e-mails a pedir ajuda. De facto, o tempo para as redes não tem sido muito, mas isso não me preocupa. A nossa filha cresce e nós gostamos de estar presentes. A nossa empresa está em franca revitalização e a precisar muito de toda a nossa dedicação. Com a filha e com a empresa, também nós mudámos, crescemos e estamos sempre a aprender. O resto da família, mais distante, tem sofrido um pouco mais, porque o trabalho nos tem consumido muito tempo...